Agentes da Polícia Federal (PF) participam, nesta quarta-feira (02), de uma nova fase da operação sobre desvios na aplicação de recursos de combate à Covid-19 pelo governo do Amazonas. Nesse sentido, os policiais cumprem uma série de mandados e busca e apreensão e até de prisão.
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Um desses alvos foi o secretário de Saúde, Marcellus Campêlo, que foi preso temporariamente. Não suficiente, a PF também cumpre mandados de busca e apreensão tanto contra o governador Wilson Lima (PSC) quanto de outros suspeitos.
Segundo a Polícia Federal, a ação foi autorizada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão e solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Wilson Lima e dos outros alvos da operação.
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Quarta fase da operação
Ao todo, já foram quatro fases da operação, sendo que esta não foi a primeira vez que o governador do Amazonas foi alvo da ação.
Por conta das suspeitas, a corte especial do STJ julga, nesta quarta (02), o recebimento da primeira denúncia da operação, o que pode fazer com que Wilson Lima vire réu pelos supostos desvios na saúde durante a pandemia da Covid019.
Além disso, o governador também entrou na mira da CPI da Covid e foi convocado para prestar depoimento sobre o assunto.
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Nesta quarta (02), inclusive, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) solicitou ao presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que adiante o depoimento do governador para a próxima quarta-feira (09).
Todavia, tal fato não deve acontecer, visto que o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda avalia se é ou não possível a convocação de governadores para a CPI da Covid-19.
Secretário preso
Preso nesta quarta (02), Marcellus Campêlo já é o segundo secretário de Saúde amazonense a ser preso. Isso porque sua antecessora, Simone Papaiz, foi detida em junho de 2020 em uma das fases da operação.
Além da prisão do secretário, a PF também cumpre outros cinco mandados de prisão temporária, contra representantes das empresas suspeitas de envolvimento nos desvios. Em um desses cumprimentos, os agentes foram recebidos com tiros pelo empresário Nilton Costa Lins Júnior – ninguém ficou ferido.
O que investiga a operação
A operação de hoje (02) visa investigar irregularidades na contratação de um estabelecimento privado, o Hospital Nilton Lins, para recebimento de pacientes com Covid-19, pelo valor de R$ 2,6 milhões para três meses de funcionamento.
De acordo com as apurações, o governador Wilson Lima teria direcionado a contratação do hospital sem observar os requisitos legais e obrigatório. Não suficiente, os investigadores também constataram suspeitas de que contratos com empresas para fornecer material para a estrutura temporária do hospital estariam superfaturados.
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